quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O educar para transformar nos muda a ensinar? - Educating for change change us to teaching?

“Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver”. 2ª Tm 3.16 (NTLH)
Ser desafiado em qualquer área de nossa vida nos leva a refletir e tentar melhorar ao menos no aspecto apresentado pelo desafio. Isto nos levará a um envolvimento em busca de respostas que possivelmente solucionarão, num todo ou em parte, este desafio. O que nos é apresentado: como tratar o ser num todo, tratamento integral de sua vida? Como tratar este indivíduo salientando, por exemplo, seu aspecto emocional em detrimento da sociedade na qual ele está inserido, inter-relacionando com outros indivíduos, que devem ser tratados da mesma forma e com o mesmo comprometimento, e educar emocionalmente estes seres? Focando este educar na área religiosa, que tem como objetivo orientar este indivíduo, convertido a Jesus no desenvolvimento de sua vida espiritual em busca da estatura do varão perfeito, nos preocupamos em saber se a igreja tem tratado este mesmo individuo num todo, integralmente, para que ele possa verdadeiramente, após sua transformação, refletir a Cristo e poder cumprir sua missão, que é pregar o evangelho, eficientemente.
   A quebra de paradigma é inevitavelmente necessária, pois olhar para educação apenas como meio de “encher” o indivíduo de conhecimento, não nos leva a um caminho de coerência no ensino. Partindo desta premissa, os educadores cristãos precisam não mais “encher” de conhecimento seus discípulos e sim corporificar seus ensinos, mostrando aos seus que testemunhar é o caminho a ser seguido. “A prática educativa em si deve ser um testemunho rigoroso de decência e de pureza, já que nela há uma característica fundamentalmente humana: o caráter formador. Por isso o professor deve se utilizar a corporeificação das palavras como exemplo. (FREIRE, 2003 p.29 – grifos do autor do artigo). Este conceito nos leva a não tomar mais atitudes farisaicas diante dos nossos educando, ou discípulos, e sim praticar o que falamos. Indubitavelmente está atitude requer uma quebra de conceitos, portanto humildade é o sentimento e a ação fundamental nesse processo de reflexão e nova direção da educação cristã.  
A igreja é um corpo social onde pessoas se relacionam tentando criar uma comunidade de adoração, comunhão e serviço onde todos possam usufruir deste modo de convivência. A educação cristã está diretamente relaciona a igreja, e esta educação segue alguns princípios em sua execução, que são: o ensino da Bíblia que gera transformação de conduta nos tornando serem que buscam o caráter do criador para que possamos nos tornar delícias do criador (João Amós Comenius). Sabendo que este corpo tem a finalidade de nos aproximar do Criador (DEUS), por muitas vezes esta falta de visão tem atrapalhado a integralidade deste corpo proporcionando criando uma falta de responsabilidade e comprometimento por partes das pessoas que juntas fazem parte deste corpo.
A busca por um equilíbrio também deve ser uma busca constante tanto para a igreja quanto para a família que á célula desta igreja. Considerando que as igrejas cristãs são formadas por famílias em sua maioria, devemos ter prioridades estabelecidas a respeito de ensinos bem específicos para estas células que são a base da igreja e também de toda a sociedade. Os educadores (líderes cristãos) devem buscar com muito afinco a especialização nesta área tão peculiar da sociedade. Observamos que por não ensinarmos para a transformação, tanto da igreja, família e o indivíduo, erramos na terceirização do ensino. A Educação e desviada da responsabilidade para outros meios. Um jargão muito conhecido é que adote seu filho antes que o traficante o adote isto serve para mais do que apenas a questão das drogas, perceba que as famílias têm colocado suas responsabilidades em cima da escola e da própria igreja, os papéis estabelecidos há muito tempo tem sido corrompidos pelo tempo cada vez mais curto. O equilíbrio precisa ser novamente encontrado. Trabalho, educação, conversas sentados à mesa precisam ser equacionadas para que realmente o porto seguro seja restabelecido em nossa sociedade cada dia mais “conhecedor”, mais ao mesmo tempo mais destrutivo e sufocante. O educar para transformar, nos muda a ensinar.

Bruno da Costa Brum – Seminarista da Igreja Batista da Praça Cruzeiro, formando em teologia no STBN.


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