segunda-feira, 6 de junho de 2011

esboço de sermão Mateus 6.9-14

Texto: Mateus 6.9-14
Tema: Os discípulos pendem pra que Jesus os ensinem a orar. Jesus mostra como eles devem fazer caracterizado Deus como Pai, merecedor de adoração e sustentador dos seres humanos.
Título: Minha Adoração é a submissão a Deus.
Objetivo geral: orar também é adorar a Deus
Objetivo específico: Demonstrar que a vida cristã fundamentada na oração uma forma de adoração em que modificará a vida relacional do servo para com Deus e com isso o testemunho de uma vida cristã profunda com o Pai.
Tese: Ao fundamentarmos a vida cristã na oração, sabendo que temos um Deus que nos trata como filho e que esta intimidade é que Deus deseja, temos a certeza de que teremos nossas necessidades atendidas.
Introdução:
Argumentos:
1.    Ser santos como Deus é Santo.
·         A santidade de Deus, incutida na pessoa de Jesus, deve ser nosso padrão e referência.
·         Ser santo, algo difícil, porém transformador.
·         Ser santo te faz uma pessoa de milagres.

2.    Somos Reino de Deus aqui na terra.
·         Existem dois Reinos de Deus: O que Ele governa no céu. Nesse sentido de um Rei Soberano e criador de todas as coisas. Sl 113.5
·         O segundo reino, não por importância e sim por questões de ensino, temos o Reino de Deus aqui na terra, iniciado por Jesus (Mt 4.23 – 9.35), continuado por nós (Cl 4.10-12) e consumado por Ele no final (1 Co 15.50-58)

3.    Devemos depender em todo tempo.
·         evpiou,sion Palavra extremamente rara no NT. Pode ter o significado de diariamente, necessário para a existência, para o seguir dos dias, para o futuro.
·         Partido deste entendimento profundo percebe-se três sentidos para a frase “pão nosso de cada dia.” 1) Visão sacramental – pão comunitário que representa o corpo de Cristo; 2) o pão simboliza o vida no reino da era vindoura ao lado de Cristo de modo que a petição do v10 é uma continuação do seu Reino; 3) A visão de sustento entende a petição como uma simples procura pela provisão Divina com relação as nossa necessidades físicas diárias. Provavelmente o significado mais próximo do que Jesus quis exprimir, e elucidação dos versículos 19-34. (Pr 30.8)

4.    Perdão é a virtude divina que deve fazer parte de nós.
·         Vejo um ensino muito coerente por parte de Jesus, um ensino crescente até chegar ao ápice: PERDOAR. Princípio irrevogável para uma vida de adoração submissa em relação à submissão na adoração por nossa parte.
·         Estamos tanto sob a obrigação de fazer restituição (pedido de perdão) de nossos pecados a Deus, mas ao mesmo tempo não somos capazes de faze-lô.
·         Porém precisamos perdoar porque fomos perdoados. Mc 11.25-26
·         Ser submisso requer renuncia de valores humanos. Ao abrirmos mão destes valores e colocamos os valores de Deus como fundamento de nossas vidas, nós conseguiremos alcançar o nível de adoração tão desejado em nossos corações.

Conclusão
            Ter uma vida de submissão na adoração requer uma vida de adoração submissa. A renuncia de nossos valores nos permite reconhecer que nada somos sem Jesus. Paulo nos afirma que o amor de Deus nos constrange, logo da mesma forma a santidade de Deus nos constrange sermos santos como ele O é, uma vida de santidade nos leva a ser Reino de Deus aqui na terra, dependentes da providência Divina e servos perdoados e perdoadores para horra e gloria de nosso senhor e salvador Cristo Jesus.  

Confissão Batista de New Hampshire

Confissão Batista de New Hampshire
Das Escrituras
Cremos que a Bíblia Sagrada foi escrita por homens divinamente inspirados, e é um
perfeito tesouro de instrução celestial; que tem Deus como seu autor, salvação como
seu fim, e verdade sem qualquer mistura de erro como seu conteúdo; que ela revela os
princípios pelos quais Deus nos julgará; e por isso é, e continuará sendo até o fim do
mundo, o verdadeiro centro da união cristã, e o supremo padrão pelo qual toda
conduta, credos, e opiniões humanas devem ser julgados.
Do Verdadeiro Deus
Cremos que há um, e somente um, Deus vivo e verdadeiro, um Espírito infinito,
inteligente, cujo nome é YAHVEH, o Criador e Supremo Governador do céu e da terra,
inexprimivelmente glorioso em santidade, e digno de toda honra, confiança, e amor
possíveis; que na unidade da divindade há três Pessoas, o Pai, o Filho, e o Espírito
Santo; iguais em toda a perfeição divina, e executando distintos e harmoniosos ofícios
na grande obra da redenção.
Da Queda do Homem
Cremos que o homem foi criado em santidade, sob a lei de seu Criador; mas por
transgressão voluntária caiu daquele santo e feliz estado; em conseqüência do que
todos os homens são agora pecadores, não por constrangimento, mas por escolha;
sendo por natureza completamente destituídos daquela santidade requerida pela Lei de
Deus, inegavelmente inclinado para o mal, e por isso sob justa condenação à ruína
eterna, sem defesa ou desculpa.
Do Caminho da Salvação
Cremos que a salvação de pecadores é totalmente de graça, através do ofício mediador
do Filho de Deus; que pelo decreto do Pai, livremente tomou sobre si nossa natureza,
mas sem pecado; honrou a Lei Divina pela sua obediência pessoal; que tendo
ressuscitado da morte, Ele está agora entronizado no céu; e unindo em sua maravilhosa
pessoa as mais ternas simpatias com divinas perfeições, Ele é de todos os modos
qualificado para ser um salvador adequado, compassivo e todo-suficiente.
Da Justificação
Cremos que a grande bênção evangélica que Cristo assegura a tantos quantos crêem
nele é a justificação; que a justificação inclui o perdão de pecado, e a promessa de vida
eterna sobre os princípios da justiça; que ela é aplicada, não em consideração de
quaisquer obras de justiça que nós temos feito, mas exclusivamente através da fé no
sangue do Redentor; em virtude do que sua perfeita justiça é livremente imputada a
nós por Deus mediante a fé; que leva-nos para um estado da mais abençoada paz e
favor com Deus, e nos assegura as bênçãos necessárias para o tempo e a eternidade.
Da Natureza Livre da Salvação
Cremos que as bênçãos da salvação são colocadas à disposição de todos pelo
evangelho; que é o dever imediato de todos aceitá-las por uma fé cordial, penitente e
obediente; e que nada impede a salvação do maior pecador na terra exceto sua própria
depravação inerente e rejeição voluntária do evangelho; que a rejeição envolve-o em
uma condenação agravada.
Da Graça na Regeneração
Cremos que, a fim de serem salvos, os pecadores devem ser regenerados, ou nascidos
de novo; que a regeneração consiste em dar uma disposição santa à mente; que ela é
efetuada de uma maneira acima da nossa compreensão pelo poder do Espírito Santo,
em conexão com a verdade divina, de maneira a assegurar nossa obediência voluntária
ao evangelho; e que sua evidência apropriada aparece nos santos frutos do
arrependimento, fé e novidade de vida.
Do Arrependimento e da Fé
Cremos que o arrependimento e a fé são deveres sagrados, e também graças
inseparáveis, operadas em nossas almas pelo Espírito regenerador de Deus; pelo que
sendo profundamente convencidos de nossa culpa, perigo e incapacidade, e do
caminho da salvação por Cristo, nós retornamos para Deus com contrição, confissão e
súplica por misericórdia não fingidas; ao mesmo tempo recebendo genuinamente o
Senhor Jesus Cristo como nosso profeta, sacerdote e Rei, e confiando nele somente
como único e todo-suficiente salvador.
Do Propósito da Graça de Deus
Cremos que a eleição é eterno propósito de Deus, segundo o qual Ele graciosamente
regenera, santifica e salva pecadores; que sendo perfeitamente consistente com a livre
agência do homem, abrange todos os meios em conexão com o fim; que é uma
demonstração gloriosíssima da bondade soberana de Deus, sendo infinitamente livre,
sábia, santa, e imutável; que ela exclui completamente a vanglória, e promove
humildade, amor, oração, louvor, confiança em Deus, e ativa imitação de sua livre
misericórdia; que ela encoraja o uso dos meios no mais alto grau; que ela pode ser
percebida pelos seus efeitos em todo aquele que verdadeiramente crê no evangelho;
que é o alicerce da segurança cristã; e que verificá-la com respeito a nós mesmos
demanda e merece a máxima diligência.
Da Santificação
Cremos que a santificação é o processo pelo qual, segundo a vontade de Deus, nós
somos feitos participantes de sua santidade; que ela é uma obra progressiva; que é
iniciada na regeneração; e que é efetivada nos corações dos crentes pela presença e
poder do Espírito Santo, o Selador e Consolador, no uso contínuo dos meios decretados
- especialmente a Palavra de Deus, o auto-exame, a abnegação, a vigilância, e a
oração.
Da Perseverança dos Santos
Cremos que são crentes legítimos aqueles que resistem até o fim; que seus
perseverantes vínculos com Cristo é o grande marco que distingui-os dos professos
superficiais; que uma especial providência zela por seu bem-estar; e eles são guardados
pelo poder de Deus através da fé para a salvação.
Da Harmonia da Lei e do Evangelho
Cremos que a Lei de Deus é a regra eterna e imutável de seu governo moral; que ela é
santa, justa, e boa; e que a incapacidade que as Escrituras atribuem aos homens caídos
de cumprir seus preceitos provém inteiramente de seu amor ao pecado; livrá-los disso,
e restaurá-los através de um mediador à obediência não fingida à santa Lei, é um
grande fim do evangelho, e dos meios de graça associados com o estabelecimento da
Igreja visível.
De uma Igreja Evangélica
Cremos que uma Igreja visível de Cristo é uma congregação de crentes batizados,
associados pelo pacto na fé e comunhão do evangelho; observando as ordenanças de
Cristo; governados por suas Leis, e exercitando os dons, direitos, e privilégios investidos
neles pela sua Palavra; que seus únicos oficiais bíblicos são bispos, ou pastores, e
diáconos, cujas qualificações, reivindicações, e deveres são definidos nas epístolas a
Timóteo e Tito.
Do Batismo e da Ceia do Senhor
Cremos que o Batismo cristão é a imersão de um crente em água, em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo; para anunciar, em um solene e belo símbolo, nossa fé no
Salvador crucificado, sepultado e ressurreto, com seu efeito em nossa morte para o
pecado e ressurreição para uma nova vida; que é pré-requisito aos privilégios de uma
relação eclesiástica; e à Ceia do Senhor, na qual os membros da Igreja, pelo uso
sagrado do pão e do vinho, devem comemorar juntos a morte de Cristo por amor;
precedido sempre por solene auto-exame.
Do Sábado Cristão
Cremos que o primeiro dia da semana é o dia do Senhor, ou o sábado cristão; e deve
ser mantido sagrado para propósitos religiosos, pela abstenção de todo o labor secular
e recreações pecaminosas; pela observância devota de todos os meios de graça, tanto
privado quanto público; e pela preparação para aquele repouso que restará para o Povo
de Deus.
Do Governo Civil
Cremos que o governo civil é de nomeação divina para os interesses e boa ordem da
sociedade humana; e que devemos interceder pelos magistrados, conscienciosamente
honrá-los e obedecê-los; exceto apenas nas coisas opostas à vontade de nosso Senhor
Jesus Cristo, que é o único Senhor da consciência, e o príncipe dos Reis da Terra.
Do Justo e do Ímpio
Cremos que há uma diferença radical e essencial entre o justo e o ímpio; que apenas
tantos quantos por meio da fé são justificados em nome do Senhor Jesus, e
santificados pelo Espírito do nosso Deus, são verdadeiramente justos em Sua avaliação;
enquanto todos quantos continuam em impenitência e incredulidade são, aos Seus
olhos, ímpios, e sob a maldição; e esta distinção mantém-se entre os homens tanto na
morte como depois dela.
Do Mundo Vindouro
Cremos que o fim do mundo está se aproximando; que no último dia Cristo descerá do
céu, e ressuscitará os mortos da sepultura para retribuição final; que uma solene
separação então tomará lugar; que o ímpio será condenado à punição, e o justo ao
júbilo infindáveis; e que este julgamento fixará para sempre o estado final dos homens
no céu ou no inferno, sobre os princípios da justiça.

Os 5 Artigos da Remonstrância

Os 5 Artigos da Remonstrância
Artigo 1
Que Deus, por um eterno e imutável plano em Jesus Cristo, seu Filho, antes
que fossem postos os fundamentos do mundo, determinou salvar, de entre a
raça humana que tinha caído no pecado – em Cristo, por causa de Cristo e
através de Cristo – aqueles que, pela graça do Santo Espírito, crerem neste seu
Filho e que, pela mesma graça, perseverarem na mesma fé e obediência de fé
até o fim; e, por outro lado, deixar sob o pecado e a ira os costumazes e
descrentes, condenando-os como alheios a Cristo, segundo a palavra do
Evangelho de Jo 3.36 e outras passagens da Escritura.
Artigo 2
Que, em concordância com isso, Jesus Cristo, o Salvador do mundo, morreu por
todos e cada um dos homens, de modo que obteve para todos, por sua morte
na cruz, reconciliação e remissão dos pecados; contudo, de tal modo que
ninguém é participante desta remissão senão os crentes.
Artigo 3
Que o homem não possui por si mesmo graça salvadora, nem as obras de sua
própria vontade, de modo que, em seu estado de apostasia e pecado para si
mesmo e por si mesmo, não pode pensar nada que seja bom – nada, a saber,
que seja verdadeiramente bom, tal como a fé que salva antes de qualquer
outra coisa. Mas que é necessário que, por Deus em Cristo e através de seu
Santo Espírito, seja gerado de novo e renovado em entendimento, afeições e
vontade e em todas as suas faculdades, para que seja capacitado a entender,
pensar, querer e praticar o que é verdadeiramente bom, segundo a Palavra de
Deus [Jo 15.5].
Artigo 4
Que esta graça de Deus é o começo, a continuação e o fim de todo o bem; de
modo que nem mesmo o homem regenerado pode pensar, querer ou praticar
qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação para o mal sem a graça
precedente (ou preveniente) que desperta, assiste e coopera. De modo que
todas as obras boas e todos os movimentos para o bem, que podem ser
concebidos em pensamento, devem ser atribuídos à graça de Deus em Cristo.
Mas, quanto ao modo de operação, a graça não é irresistível, porque está
escrito de muitos que eles resistiram ao Espírito Santo [At 7 e
alibi passim].
Artigo 5
Que aqueles que são enxertados em Cristo por uma verdadeira fé, e que assim
foram feitos participantes de seu vivificante Espírito, são abundantemente
dotados de poder para lutar contra Satã, o pecado, o mundo e sua própria
carne, e de ganhar a vitória; sempre – bem entendido – com o auxílio da graça
do Espírito Santo, com a assistência de Jesus Cristo em todas as suas
tentações, através de seu Espírito; o qual estende para eles suas mãos e (tão
somente sob a condição de que eles estejam preparados para a luta, que
peçam seu auxílio e não deixar de ajudar-se a si mesmos) os impele e sustenta,
de modo que, por nenhum engano ou violência de Satã, sejam transviados ou
tirados das mãos de Cristo [Jo 10.28]. Mas quanto à questão se eles não são
capazes de, por preguiça e negligência, esquecer o início de sua vida em Cristo
e de novamente abraçar o presente mundo, de modo a se afastarem da santa
doutrina que uma vez lhes foi entregue, de perder a sua boa consciência e de
negligenciar a graça – isto deve ser assunto de uma pesquisa mais acurada nas
Santas Escrituras antes que possamos ensiná-lo com inteira segurança.

Lausanne, Suíça, 1974. - pacto de lausanne

Pacto de Lausanne Introdução
Nós, membros da Igreja de Jesus Cristo, procedentes de mais de 150 nações, participantes do Congresso Internacional de Evangelização Mundial, em Lausanne, louvamos a Deus por sua grande salvação, e regozijamo-nos com a comunhão que, por graça dele mesmo, podemos ter com ele e uns com os outros. Estamos profundamente tocados pelo que Deus vem fazendo em nossos dias, movidos ao arrependimento por nossos fracassos e desafiados pela tarefa inacabada da evangelização. Acreditamos que o evangelho são as boas novas de Deus para todo o mundo, e por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações. Desejamos, portanto, reafirmar a nossa fé e a nossa resolução, e tornar público o nosso pacto.
1. O Propósito de Deus Afirmamos a nossa crença no único Deus eterno, Criador e Senhor do mundo, Pai, Filho e Espírito Santo, que governa todas as coisas segundo o propósito da sua vontade. Ele tem chamado do mundo um povo para si, enviando-o novamente ao mundo como seus servos e testemunhas, para estender o seu reino, edificar o corpo de Cristo, e também para a glória do seu nome. Confessamos, envergonhados, que muitas vezes negamos o nosso chamado e falhamos em nossa missão, em razão de nos termos conformado ao mundo ou nos termos isolado demasiadamente. Contudo, regozijamo-nos com o fato de que, mesmo transportado em vasos de barro, o evangelho continua sendo um tesouro precioso. À tarefa de tornar esse tesouro conhecido, no poder do Espírito Santo, desejamos dedicar-nos novamente. 2. A Autoridade e o Poder da Bíblia Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e autoridade das Escrituras tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, como única Palavra de Deus escrita, sem erro em tudo o que ela afirma, e a única regra infalível de fé e prática. Também afirmamos o poder da Palavra de Deus para cumprir o seu propósito de salvação. A mensagem da Bíblia destina-se a toda a humanidade, pois a revelação de Deus em Cristo e na Escritura é imutável. Através dela o Espírito Santo fala ainda hoje. Ele ilumina as mentes do povo de Deus em toda cultura, de modo a perceberem a sua verdade, de maneira sempre nova, com os próprios olhos, e assim revela a toda a igreja uma porção cada vez maior da multiforme sabedoria de Deus. 3. A Unicidade e a Universalidade de Cristo Afirmamos que há um só Salvador e um só evangelho, embora exista uma ampla variedade de maneiras de se realizar a obra de evangelização. Reconhecemos que todos os homens têm algum conhecimento de Deus através
da revelação geral de Deus na natureza. Mas negamos que tal conhecimento possa salvar, pois os homens, por sua injustiça, suprimem a verdade. Também rejeitamos, como depreciativo de Cristo e do evangelho, todo e qualquer tipo de sincretismo ou de diálogo cujo pressuposto seja o de que Cristo fala igualmente através de todas as religiões e ideologias. Jesus Cristo, sendo ele próprio o único Deus-homem, que se ofereceu a si mesmo como único resgate pelos pecadores, é o único mediador entre Deus e os homens. Não existe nenhum outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. Todos os homens estão perecendo por causa do pecado, mas Deus ama todos os homens, desejando que nenhum pereça, mas que todos se arrependam. Entretanto, os que rejeitam Cristo repudiam o gozo da salvação e condenam-se à separação eterna de Deus. Proclamar Jesus como "o Salvador do mundo" não é afirmar que todos os homens, automaticamente, ou ao final de tudo, serão salvos; e muito menos que todas as religiões ofereçam salvação em Cristo. Trata-se antes de proclamar o amor de Deus por um mundo de pecadores e convidar todos os homens a se entregarem a ele como Salvador e Senhor no sincero compromisso pessoal de arrependimento e fé. Jesus Cristo foi exaltado sobre todo e qualquer nome. Anelamos pelo dia em que todo joelho se dobrará diante dele e toda língua o confessará como Senhor.
4. A Natureza da Evangelização Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, e de que, como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e creem. A nossa presença cristã no mundo é indispensável à evangelização, e o mesmo se dá com aquele tipo de diálogo cujo propósito é ouvir com sensibilidade, a fim de compreender. Mas a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a vir a ele pessoalmente e, assim, se reconciliarem com Deus. Ao fazermos o convite do evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado. Jesus ainda convida todos os que queiram segui-lo e negarem-se a si mesmos, tomarem a cruz e identificarem-se com a sua nova comunidade. Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo. 5. A Responsabilidade Social Cristã Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a
ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sociopolítico são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar, mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta.
6. A Igreja e a Evangelização Afirmamos que Cristo envia o seu povo redimido ao mundo assim como o Pai o enviou, e que isso requer uma penetração de igual modo profunda e sacrifical. Precisamos deixar os nossos guetos eclesiásticos e penetrar na sociedade não-cristã. Na missão de serviço sacrifical da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. A igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho. Mas uma igreja que pregue a Cruz deve, ela própria, ser marcada pela Cruz. Ela torna-se uma pedra de tropeço para a evangelização quando trai o evangelho ou quando lhe falta uma fé viva em Deus, um amor genuíno pelas pessoas, ou uma honestidade escrupulosa em todas as coisas, inclusive em promoção e finanças. A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou político, nem com ideologias humanas. 7. Cooperação na Evangelização Afirmamos que é propósito de Deus haver na igreja uma unidade visível de pensamento quanto à verdade. A evangelização também nos convoca à unidade, porque o ser um só corpo reforça o nosso testemunho, assim como a nossa desunião enfraquece o nosso evangelho de reconciliação. Reconhecemos, entretanto, que a unidade organizacional pode tomar muitas formas e não ativa necessariamente a evangelização. Contudo, nós, que partilhamos a mesma fé bíblica, devemos estar intimamente unidos na comunhão uns com os outros, nas obras e no testemunho. Confessamos que o nosso testemunho, algumas vezes, tem sido manchado por pecaminoso individualismo e desnecessária duplicação de esforço. Empenhamo-nos por encontrar uma unidade mais profunda na verdade, na adoração, na santidade e na missão. Instamos para que se apresse o desenvolvimento de uma cooperação regional e funcional para maior amplitude da missão da igreja, para o planejamento estratégico, para o encorajamento mútuo e para o compartilhamento de recursos e de experiências.
8. Esforço Conjugado de Igrejas na Evangelização Regozijamo-nos com o alvorecer de uma nova era missionária. O papel dominante das missões ocidentais está desaparecendo rapidamente. Deus está levantando das igrejas mais jovens um grande e novo recurso para a evangelização mundial, demonstrando assim que a responsabilidade de evangelizar pertence a todo o corpo de Cristo. Todas as igrejas, portando, devem perguntar a Deus, e a si próprias, o que deveriam estar fazendo tanto para alcançar suas próprias áreas como para enviar missionários a outras partes do mundo. Deve ser permanente o processo de reavaliação da nossa responsabilidade e atuação missionária. Assim, haverá um crescente esforço conjugado pelas igrejas, o que revelará com maior clareza o caráter universal da igreja de Cristo. Também agradecemos a Deus pela existência de instituições que laboram na tradução da Bíblia, na educação teológica, no uso dos meios de comunicação de massa, na literatura cristã, na evangelização, em missões, no avivamento de igrejas e em outros campos especializados. Elas também devem empenhar-se em constante autoexame que as levem a uma avaliação correta de sua efetividade como parte da missão da igreja.
9. Urgência da Tarefa Evangelística Mais de dois bilhões e setecentos milhões de pessoas, ou seja, mais de dois terços da humanidade, ainda estão por serem evangelizadas. Causa-nos vergonha ver tanta gente esquecida; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a igreja. Existe agora, entretanto, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes ao Senhor Jesus Cristo. Estamos convencidos de que esta é a ocasião para que as igrejas e as instituições paraeclesiásticas orem com seriedade pela salvação dos não-alcançados e se lancem em novos esforços para realizarem a evangelização mundial. A redução de missionários estrangeiros e de dinheiro num país evangelizado algumas vezes talvez seja necessária para facilitar o crescimento da igreja nacional em autonomia, e para liberar recursos para áreas ainda não evangelizadas. Deve haver um fluxo cada vez mais livre de missionários entre os seis continentes num espírito de abnegação e prontidão em servir. O alvo deve ser o de conseguir por todos os meios possíveis e no menor espaço de tempo, que toda pessoa tenha a oportunidade de ouvir, de compreender e de receber as boas novas. Não podemos esperar atingir esse alvo sem sacrifício. Todos nós estamos chocados com a pobreza de milhões de pessoas, e conturbados pelas injustiças que a provocam. Aqueles dentre nós que vivem em meio à opulência aceitam como obrigação sua desenvolver um estilo de vida simples a fim de contribuir mais generosamente tanto para aliviar os necessitados como para a evangelização deles. 10. Evangelização e Cultura O desenvolvimento de estratégias para a evangelização mundial requer metodologia nova e criativa. Com a bênção de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas profundamente enraizadas em Cristo e estreitamente
relacionadas com a cultura local. A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de uma cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas. As missões muitas vezes têm exportado, juntamente com o evangelho, uma cultura estranha, e as igrejas, por vezes, têm ficado submissas aos ditames de uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas têm de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus.
11. Educação e Liderança Confessamos que às vezes temos nos empenhado em conseguir o crescimento numérico da igreja em detrimento do espiritual, divorciando a evangelização da edificação dos crentes. Também reconhecemos que algumas de nossas missões têm sido muito remissas em treinar e incentivar líderes nacionais a assumirem suas justas responsabilidades. Contudo, apoiamos integralmente os princípios que regem a formação de uma igreja de fato nacional, e ardentemente desejamos que toda a igreja tenha líderes nacionais que manifestem um estilo cristão de liderança não em termos de domínio, mas de serviço. Reconhecemos que há uma grande necessidade de desenvolver a educação teológica, especialmente para líderes eclesiásticos. Em toda nação e em toda cultura deve haver um eficiente programa de treinamento para pastores e leigos em doutrina, em discipulado, em evangelização, em edificação e em serviço. Este treinamento não deve depender de uma metodologia estereotipada, mas deve se desenvolver a partir de iniciativas locais criativas, de acordo com os padrões bíblicos. 12. Conflito Espiritual Cremos que estamos empenhados num permanente conflito espiritual com os principados e potestades do mal, que querem destruir a igreja e frustrar sua tarefa de evangelização mundial. Sabemos da necessidade de nos revestirmos da armadura de Deus e combater esta batalha com as armas espirituais da verdade e da oração. Pois percebemos a atividade no nosso inimigo, não somente nas falsas ideologias fora da igreja, mas também dentro dela em falsos evangelhos que torcem as Escrituras e colocam o homem no lugar de Deus. Precisamos tanto de vigilância como de discernimento para salvaguardar o evangelho bíblico. Reconhecemos que nós mesmos não somos imunes à aceitação do mundanismo em nossos atos e ações, ou seja, ao perigo de capitularmos ao secularismo. Por exemplo, embora tendo à nossa disposição pesquisas bem preparadas, valiosas, sobre o crescimento da igreja, tanto no sentido numérico como espiritual, às vezes não as temos utilizado. Por outro lado, por vezes tem acontecido que, na ânsia de conseguir resultados para o
evangelho, temos comprometido a nossa mensagem, temos manipulado os nossos ouvintes com técnicas de pressão, e temos estado excessivamente preocupados com as estatísticas, e até mesmo utilizando-as de forma desonesta. Tudo isto é mundano. A igreja deve estar no mundo; o mundo não deve estar na igreja.
13. Liberdade e Perseguição É dever de toda nação, dever que foi estabelecido por Deus, assegurar condições de paz, de justiça e de liberdade em que a igreja possa obedecer a Deus, servir a Cristo Senhor e pregar o evangelho sem quaisquer interferências. Portanto, oramos pelos líderes das nações e com eles instamos para que garantam a liberdade de pensamento e de consciência, e a liberdade de praticar e propagar a religião, de acordo com a vontade de Deus, e com o que vem expresso na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Também expressamos nossa profunda preocupação com todos os que têm sido injustamente encarcerados, especialmente com nossos irmãos que estão sofrendo por causa do seu testemunho do Senhor Jesus. Prometemos orar e trabalhar pela libertação deles. Ao mesmo tempo, recusamo-nos a ser intimidados por sua situação. Com a ajuda de Deus, nós também procuraremos nos opor a toda injustiça e permanecer fiéis ao evangelho, seja a que custo for. Nós não nos esquecemos de que Jesus nos preveniu de que a perseguição é inevitável. 14. O Poder do Espírito Santo Cremos no poder do Espírito Santo. O pai enviou o seu Espírito para dar testemunho do seu Filho. Sem o testemunho dele o nosso seria em vão. Convicção de pecado, fé em Cristo, novo nascimento cristão, é tudo obra dele. De mais a mais, o Espírito Santo é um Espírito missionário, de maneira que a evangelização deve surgir espontaneamente numa igreja cheia do Espírito. A igreja que não é missionária contradiz a si mesma e debela o Espírito. A evangelização mundial só se tornará realidade quando o Espírito renovar a igreja na verdade, na sabedoria, na fé, na santidade, no amor e no poder. Portanto, instamos com todos os cristãos para que orem pedindo pela visita do soberano Espírito de Deus, a fim de que o seu fruto todo apareça em todo o seu povo, e que todos os seus dons enriqueçam o corpo de Cristo. Só então a igreja inteira se tornará um instrumento adequado em Suas mãos, para que toda a terra ouça a Sua voz. 15. O Retorno de Cristo Cremos que Jesus Cristo voltará pessoal e visivelmente, em poder e glória, para consumar a salvação e o juízo. Esta promessa de sua vinda é um estímulo ainda maior à evangelização, pois lembramo-nos de que ele disse que o evangelho deve ser primeiramente pregado a todas as nações. Acreditamos que o período que vai desde a ascensão de Cristo até o seu retorno será preenchido com a missão do povo de Deus, que não pode parar esta obra antes
do fim. Também nos lembramos da sua advertência de que falsos cristos e falsos profetas apareceriam como precursores do Anticristo. Portanto, rejeitamos como sendo apenas um sonho da vaidade humana a idéia de que o homem possa algum dia construir uma utopia na terra. A nossa confiança cristã é a de que Deus aperfeiçoará o seu reino, e aguardamos ansiosamente esse dia, e o novo céu e a nova terra em que a justiça habitará e Deus reinará para sempre. Enquanto isso, rededicamo-nos ao serviço de Cristo e dos homens em alegre submissão à sua autoridade sobre a totalidade de nossas vidas.
Conclusão Portanto, à luz desta nossa fé e resolução, firmamos um pacto solene com Deus, bem como uns com os outros, de orar, planejar e trabalhar juntos pela evangelização de todo o mundo. Instamos com outros para que se juntem a nós. Que Deus nos ajude por sua graça e para a sua glória a sermos fiéis a este Pacto! Amém. Aleluia!
Lausanne, Suíça, 1974.